Eu vou te contar que você não me conhece,  e eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não  me ouve. 
A sedução me escraviza a você  ao fim de tudo você permanece comigo mas preso ao que  eu criei   e não a mim. 
E quanto mais falo sobre a verdade inteira um abismo  maior nos separa. 
você não tem um nome, eu tenho. 
Você é um rosto na multidão e eu sou o centro das  atenções. 
Mas a mentira da aparencia do que eu sou,é a mentira da aparencia do que você é 
Porque eu, eu não sou o meu nome, 
e você não é ninguém
O Jogo perigoso que eu pratico aqui busca chegar ao limite possível de aproximação através da aceitação da distância e do reconhecimento  dela 
entre eu e você existe  a noticia que nos separa 
eu quero que você me veja nua 
eu me dispo da noticia 
e a minha nudez parada 
te denuncia e te espelha 
eu me delato 
tu me relatas 
eu nos acuso e confesso por nós 
assim me livro das palavras   com as quais  você me veste
Texto de Fauzi Arap, por Maria Bethania.

Parabens!! Alem de poeta vc é uma filosofa, amei seus escritos vou voltar outras vezes para ler mais bjs Heudes
ResponderExcluirEu dispo-me de palavras como de vestes antigas que já não me cabem mais...
ResponderExcluirNão sou exatamente aquilo que você relatas
em seu diário virtual...
Nada do que supões que sou...
A sedução não me escraviza mais e não estou preso a nada...
Sou um anônimo no meio da multidão, assim como todos os outros...
Eis o que sou!
Alguém que atravessa um abismo sobre uma corda bamba...
Que se despojou das aparências e que renegou seu nome...
Alguém que é ninguém e assim mesmo uma pessoa...
Na verdade eu busco chegar no limite entre o possível e o impossível...
E para isso eu descarto todas as notícias do dia
e aceito a distância que nos separa, não como um mal, mas como uma condição necessária...
Na verdade eu também não sei exatamente quem você é...
Um perfil como tantos outros,um rosto gravado na memória que vai se apagando pouco a pouco...
(será que vc poderia continuar o poema?)